Centrais sindicais do Brasil aproveitaram as comemorações do dia do trabalhador para lutar pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais.
No feriado de primeiro de maio, dia do trabalhador, as centrais sindicais aproveitaram as festas organizadas em todo Brasil para os trabalhadores, e grande quantidade de pessoas reunidas, para discursar e defender a redução da jornada de trabalho no Brasil de 44 para 40 horas semanais.
A constituição brasileira prevê que o cidadão trabalhe 44 horas semanais, mas as centrais sindicais defendem a redução da jornada para 40 horas, sem redução de salários, e como uma forma de diminuir o desemprego e melhorar a qualidade de vida do trabalhador.
Segundo o Dieese (Departamento intersindical de estatística e estudo sócio econômico) a redução do tempo de trabalho poderia gerar 2,2 milhões de novas vagas de emprego, para ocupar o tempo ocioso das fabricas.
Para o especialista em movimentos trabalhistas José Luís Del Roio, o Brasil deve seguir os exemplos de países Europeus como a Alemanha e a França, onde a carga horária foi reduzida para 32 e 35 horas semanais respectivamente, e as fábricas não tiveram prejuízos em produtividade. Segundo Del Roio, um operário da Volkswagen alemã é mais produtivo do que um operário da mesma montadora no Brasil, pelo fato de estar mais descansado, e com isso poder se concentrar melhor em suas tarefas.
Na celebração do dia mundial em memória das vítimas de acidentes de trabalho, 28 de abril, em ato nas escadarias do teatro municipal, foram lembrados os dados da secretaria de Saúde do estado de São Paulo, onde morrem a cada ano cerca de 10 mil pessoas vítimas de acidentes de trabalho, o mesmo que a queda de um boeing a cada 2 semanas. Para os organizadores do ato, a redução da jornada também é um meio de se reduzir o número de acidentes de trabalho.
A CUT e a Força Sindical estão unidas para a coleta de cinco milhões de assinaturas favoráveis à medida, como forma de pressionar o congresso nacional a aprovar a mudança na constituição diminuindo as horas semanais de trabalho. Para as centrais, a coleta de assinaturas foi um sucesso, e pretendem concluir em breve este trabalho para encaminhar ao congresso anexado ao projeto de redução.
Opositores
Opositores da medida, como o professor da USP José Pastore, apontam um estudo que mostrou que na constituição de 1988, quando foi reduzido de 48 para 44 horas de trabalho por semana, não houve aumento no número de postos de trabalho.
Pastore diz que não haverá transformação no cenário apenas com a mudança na constituição, é necessário um diálogo entre a classe trabalhadora e as entidades patronais, para que se possa diminuir a jornada sem diminuir a produtividade.
Para o professor da USP, caso não seja levado em conta a produtividade, a redução irá aumentar o custo da hora de trabalho, podendo levar a automatização de setores e consequentemente o aumento do preço dos produtos fabricados para o consumidor final.
São Paulo, 1 de maio de 2008
sábado, 12 de julho de 2008
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