sábado, 12 de julho de 2008

Programa de Metas será observador dos próximos prefeitos de SP

Projeto do movimento Nossa São Paulo obriga próximos prefeitos de São Paulo a prestar contas da administração à população.

Aprovado pela câmara municipal de São Paulo em fevereiro deste ano, e integrado a lei orgânica no município, o programa de metas vai obrigar o próximo prefeito a apresentar até 90 dias após sua posse, um programa com as metas estabelecidas em campanha, para o desenvolvimento de cada uma das regiões das 31 subprefeituras e distritos da cidade, e o obriga também a prestar contas do andamento dos processos no final de cada ano de seu mandato.

O programa foi desenvolvido pelo movimento “Nossa São Paulo, Outra Cidade”, que integra mais de 400 organizações da sociedade civil, e vem, desde 2007 atuando na questão das políticas públicas da cidade de São Paulo, buscando promover o debate entre a sociedade e o poder público, em torno dos problemas enfrentados pelos cidadãos, e lutando para diminuir as desigualdades da capital paulista.

Um dos coordenadores do movimento, Mauricio Broinizi, participou de entrevista coletiva na redação da Oboré, no último sábado (12), e afirmou que: “a aprovação da lei do programa de metas é um marco na política da capital paulista, e que certamente será copiado por outras cidades, quem sabe por estados e até pelo governo federal”.

Broinizi disse também que os principais candidatos, e candidatas, a prefeitura da cidade nas eleições que ocorrerão em outubro deste ano já estão cientes do programa e aprovaram a iniciativa, o que mostra que pelo menos estes políticos estão comprometidos com a cidade, e sabem que a partir de agora, suas propostas serão pautadas pelo programa de metas, e que abusos, propostas infundadas e demagogias, serão cobrados depois pela imprensa e pela sociedade.

Trampolim Político

Mauricio Broinizi considera um crime o político que usa a prefeitura de uma cidade como trampolim para outras eleições, como ocorreu na última eleição para prefeito de São Paulo, quando prefeito eleito pelo povo renunciou do cargo um ano após sua posse para concorrer ao governo estadual. Broinizi acha que o político pode ate usar a prefeitura como trampolim, se ele cumprir todo seu mandato e for um bom administrador, daí sim, poderá tentar saltos maiores na política.

Essa prática estava sendo ventilada novamente para as eleições deste ano. Alguns pré-candidatos estavam pensando na prefeitura como um trampolim para outros cargos nas eleições de 2010, mas com a aprovação do plano de metas, esta prática pode estar com os dias contados, pelo menos aqui, na cidade de São Paulo.

O programa não inclui uma punição para quem desrespeitá-lo, mas os candidatos sabem que a partir do momento que assinarem o acordo de intenção com a cidade, serão cobrados de forma intensiva, desta forma, seria arriscado demais para um político com maiores pretensões, correr o risco de futuramente ter uma enorme rejeição nas urnas.

São Paulo, 12 de abril de 2008

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