quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Por que todo mundo gosta dele?

A pesquisa CNT/Sensus divulgada esta semana é taxativa, 77% dos brasileiros aprovam e confiam no presidente Lula. O percentual só não é histórico, pois a mesma pesquisa, em fevereiro de 2003 apontou aprovação de 83% do barbudo, que recém eleito, era a personificação da esperança de um povo sofrido que passava por anos difíceis.

Hoje, seis anos e nove meses depois da posse, por que o presidente Lula tem uma aprovação tão elevada? Carisma, retórica e seu histórico de vida ajudam, mas nem de longe dão a resposta a esta questão, que tanto atormenta a vida da classe média conservadora. A questão principal, e tão simples de responder é: A vida do povo melhorou principalmente do povo pobre. Mas como, onde e por que melhorou?

Após a implantação do Plano Real, em 1994, pelo presidente Itamar Franco, o fantasma da inflação deixou de fazer parte da realidade do brasileiro. Com a moeda forte e valorizada, a classe média e a baixa não precisavam mais fazer a “compra do mês” e estocar todo o alimento no “freezer”, também começaram a comprar bens duráveis em prestações, uma vez que o fantasma da correção monetária sumiu, e as redes tipo “Casas Bahia” entenderam a função do crédito na economia. A estabilização da moeda foi o primeiro passo para a virada do brasileiro médio.

Pulando no tempo a fase nebulosa entre 1995 e 2003, o novo governo começou com uma política de arrocho nas contas públicas, metas altas de superávit primário e pagamento de contas externas. O primeiro programa social de impacto, o “Fome Zero” não vingou, mas os que o sucederam sim, não é a toa que o governo foi reeleito em meio a uma crise política estratosférica e toda a pirotecnia e o circo armado pela imprensa na época.

A pesquisa “Síntese dos indicadores sociais” divulgada ontem (24) pelo IBGE é um retrato do Brasil de Lula. Praticamente todos os indicadores relacionados à qualidade de vida melhoraram, e muito. Para se tomar como exemplo, o número de famílias pobres, que vivem com meio salário mínimo per capita por mês, caiu 26%, saindo de 31% em 1997 para 23% em 2007.

O Bolsa Família, o Prouni, o Luz para Todos e os programas de inclusão racial, só para citar alguns exemplos, são mecanismos de inclusão, ao contrário do pensamento neoliberal babaca de que são puro assistencialismo, esses programas distribuem renda e cidadania aos que nunca tiveram essa oportunidade. A inclusão deve ser baseada em uma série de fatores, como educação, saúde, saneamento, emprego e renda, mas o primeiro e mais importante fator está sendo cumprido, que é a alimentação. Ninguém faz nada com fome.

O problema da exclusão no Brasil, infelizmente não acaba de uma hora para outra, mas se seguir esse caminho vai acabar, e em poucos anos. Hoje mesmo, a ministra Dilma Rousseff falou que com os recursos do pré-sal, a pobreza no Brasil acabará em 18 anos. Você acredita? Eu sim.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A crise perto do fim?

Em dez de agosto deste ano, Evo Morales saiu vitorioso no referendo revogatório de seu mandato, que desde o começo foi rejeitado pela oposição. De lá pra cá, sua relação com a direita, que já não era fácil, só piorou. Os opositores passaram a ser mais radicais e violentos, os conflitos com os governistas foram inevitáveis, deixando mais de 30 pessoas mortas nos últimos dias.

Os conflitos se concentram nos estados governados pela oposição, Beni, Pando, Parija e Santa Cruz, onde os governos querem autonomia administrativa da capital La Paz, e maior participação nos impostos sobre os hidrocarbonetos produzidos naqueles estados, que atualmente são utilizados para financiar programas sociais do governo para as regiões pobres.

Em Beni, soldados do exército foram atacados por rebeldes. Em Pando, camponeses foram assassinados pelos radicais e o governador foi preso, em Santa Cruz e Tarija, mais mortes. Apenas para recordar, Beni é o departamento, onde o presidente Evo foi impedido de reabastecer seu helicóptero, tendo que pedir ajuda ao Brasil para voltar a La Paz.

Os maiores consumidores do gás boliviano, Brasil e Argentina, firmaram apoio ao presidente Evo e rechaçaram qualquer tentativa de golpe no país, porém, mesmo com o abastecimento de gás prejudicado, o presidente Lula afirmou que de forma alguma o Brasil irá atuar com militares e respeitará a soberania boliviana.

Para Lula, os países vizinhos irão ajudar de diversas maneiras, como proteger as fronteiras do contrabando de armas e drogas, oferecer ajuda no abastecimento de suprimentos e maquinários, e intermediar possíveis negociações de paz.

Nesta quinta-feira, governo e opositores buscaram acordo para selar o fim dos conflitos. O primeiro dia de negociações, em Cochabamba, contou com presença dos governadores opositores, do presidente Evo, comissões da Igreja Católica e observadores internacionais.

O encontro prevê um documento que contém o restabelecimento de negociações de paz, a desocupação das repartições públicas tomadas pelos opositores, e a investigação sobre o massacre de camponeses no departamento de Pando.

Caso a negociação não tenha sucesso os problemas se agravarão, as indústrias que dependem do gás boliviano terão que fazer racionamento de energia, diminuindo suas produções e desacelerando o crescimento da economia.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O negócio é bater no PT... no Lula não ...

Os marketeiros da equipe do González tinham razão, a estratégia para Kassab subir e roubar o eleitorado de Alckmim, sem criar um mal-estar para futuras alianças no foi bater na Marta, e deu certo.

Claro que não é só isso, temos que ressaltar a qualidade das campanhas no rádio e na TV de Kassab e Alckmin, nitidamente separada pela captção de dinheiro entre as duas chapas.

Bater na gestão de Marta Suplicy dificilmente tiraria pontos da petista, mas com certeza, quem batesse mais forte e mais contundente, ganharia (ganhará, o jogo ainda está aberto) a vaga de salvador da classe média Anti-PT, do candidato mais capaz de derrotar Marta no segundo turno.

O que mostra que nem Alckmim nem Kassab têm um eleitorado fiel a si e aos partidos, e que a maioria dos seus eleitores buscam, é uma figura representante da classe média conservadora, e que não importa quem seja, será melhor que o PT.

De marketeiro novo, Alckmim começou a adotar a tática do ataque a Marta para recuperar o tempo, e os pontos, perdidos nas últimas semanas, e lançou uma propaganda “genial”, que além de hilária, mostra bem o desespero dos tucanos, e a falta de rumo com a altíssima aprovação do presidente Lula, do PT (como gostava de lembrar Geraldo).

Vejam:

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

debate e pesquisas

O debate que será realizado na TV Bandeirantes nesta quinta-feira, 11/9, mais um marco que pode dividir águas nas eleições municipais.

Após sofrer várias quedas nas pesquisas, e empatar com Kassab, é a hora de Alckmim mostrar que é bom de debate, e ir pra cima do candidato do DEM, que apesar da bela campanha de TV, não tem a mesma cancha que o Tucano em debates, além de ter a língua presa, o que pesa um pouco na estética.

De marketeiro novo, Geraldo Alckmin pretende revitalizar sua campanha, a mudança veio em cima da hora, talvez tarde demais, mas para isso, o desempenho do tucano no debate é fundamental para recuperar os pontos perdidos e jogar uma pá de cal na esperança dos DEMOS.

Marta Suplicy deve entrar para não se comprometer, e claro, se defender dos ataques de Maluf, Kassab e Alckmim. Ela deve apresentar os números de sua gestão, as realizações e colar mais ainda seu nome ao do presidente Lula.

Pesquisas
O Instituto Datafolha preparou 2 rodadas de pesquisas nesta semana, conforme registrado no site do TRE-SP.

O instituto foi a campo ontem (9/9) e está hoje (10/9), e outra na quinta (11/9 - dia do debate) e sexta (12/9).

Os levantamentos serão fundamentais para avaliar o desempenho de cada candidato no debate promovido, e pode começar a definir a tendência do eleitorado para a reta final.

semana de pesquisas, é claro

Número da pesquisa 026.001.08-SPPE
Data do registro: 08/09/2008
Contratada: Instituto de Pesquisas Data Folha
Contratante: Empresa Folha da Manhã S/A
Valor: R$59.000,00
Cargo: Prefeito de São Paulo
Período de realização: 11 e 12 de setembro de 2008

Número da pesquisa: 02300108-SPPE

Data do registro: 05/09/2008
Contratante: EMPRESA FOLHA DA MANHÃ S/A
Contratada: BANCO DE DADOS DE SÃO PAULO LTDA - DATAFOLHA
Valor: R$ 59.000,00 (cinquenta e nove mil reais)
Cargo: Prefeito de São Paulo - Capital
Período de realização: 9 e 10 de setembro de 2008

Número da pesquisa: 02400108-SPPE

Data do registro: 06/09/2008
Contratada: IBOPE - Inteligência, Pesquisa e Consultoria Ltda
Contratante: Globo Comunicação e Participações S/A e S/A. O Estado de São Paulo.
Valor: R$ 38.250,00 (trinta e oito mil e duzentos e cinqüenta reais)
Cargo: Prefeito de São Paulo - Capital
Período de realização: 5 e 9 de setembro de 2008

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Vereador digital - Estadão

não tinha como não citer o trabalho realizado pelo portal Estadão.com

o site do Vereador Digital é um dos mais completos que já vi, com os dados e entrevistas com (quase) todos os candidatos a vereador por São Paulo, vale a pena consultar o site quando receber algum santinho, ou ouvir uma proposta na TV.

Políticos do Brasil

O jornalista Fernando Rodrigues, que voltou de seu curso em Harvard, já está atualizando seu blog pessoal, e o site Políticos do Brasil, com muitas informações sobre candidatos do Brasil inteiro.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Datafolha com poucas mudanças

a pesquisa do instituto Datafolha, que já está disponível para Download no site, trouxe poucas alterações no cenário nesta última semana.
Marta - 39%
Alckmin - 24%
Kassab - 16%
Maluf - 7%
Soninha - 3%

As alterações na tabela ficaram todas dentro da margem de erro, que é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, porém, a subida de Kassab e a queda de Maluf deixa o candidato Democrata isoladamente na terceira posição.

Mas tem outros dados curiosos que podemos examinar no relatório da pesquisa. Desta vez, também foram separados os eleitores por Religião e Cor, além da separação por Idade, Região, Escolaridade e Renda Familiar.

Entre os católicos, evangélicos e evangélicos não pentecostais, a situação é a mesma, Marta lidera com folga, seguida por Alckmin e Kassab.

O dado curioso foi a pesquisa entre os espíritas/kardecistas, nesse segmento, Kassab lidera a pesquisa 32%, contra 27% de Alckmin e 23% para Marta.

Horário Eleitoral Rádio e TV
Após 9 dias de exibição do programa político, os eleitores avaliaram também o desempenho da campanha dos candidatos.
Ao contrário do que eu pensei, os eleitores não acharam ruim a propaganda de Alckmin, colocando o tucano com apenas 4% entre os piores programas, Maluf lidera essa lista negra, com 22% dos eleitores considerando sua campanha a pior.

Marta lidera a lista dos que acham que seu programa é o melhor, com 33%, Kassab vem em segundo com 17% e Alckmin em terceiro com 15%.

Avaliação de Kassab e Lula
o prefeito Kassab teve a avaliação recorde de seu mandato, com 44% de bom ou ótimo, e o presidente Lula, na capital paulista, aparece com 49% de aprovação.

A aprovação do prefeito não reflete muito em seu desempenho, já o de Lula, influencia bastante no desempenho da candidata petista, como diz a pesquisa.

Serra também tem a aprovação alta, mas seus eleitores se dividem entre Alckmin, Kassab e um pouco para Marta, fazendo com que o governador influencie menos na decisão de voto.